quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Aniversário do Pároco

No passado dia 23 de Janeiro, o Padre Abraão Marcos celebrou o seu 44.º aniversário. A ocasião foi assinalada, após a Missa dominical, por alguns membros do grupo de jovens da Paróquia.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Paróquia encerrará a quadra natalícia com a festa de S. Sebastião e Santo Antão


No próximo dia 16, domingo, celebrar-se-á a festa de S. Sebastião e Santo Antão, que tradicionalmente encerra a quadra natalícia entre nós. Após a Santa Missa e procissão haverão romarias de homenagem ao Menino Jesus e, finalizando a jornada, o convívio com lanche partilhado (para o efeito solicita-se a colaboração daqueles que possam contribuir com géneros alimentícios).

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Nova Evangelização com Renovação da Igreja e Educação Cristã dos Mais Novos

(Reflexão do Pároco)

Irmãs e irmãos, falar da comunidade, com a comunidade e para a comunidade é parte inalienável da minha missão pastoral. Também o pároco é catequista e é mesmo o primeiro dos catequistas, na paróquia evidentemente; Jesus Cristo é a sua catequese, ensinamento, mensagem, novidade ou feliz notícia; a Missa é a sua ocasião ou oportunidade, por excelência; a igreja é o seu púlpito ou tribuna e os cristãos são o seu público ou audiência, os seus destinatários.

I

Hoje (28/11/2010), principia um novo ano litúrgico e também o tempo do Advento. O Advento é tempo de preparação de uma memória (a vinda de Jesus e a Sua vida connosco) e de construção de uma esperança (a volta de Cristo e a nossa vida com ele, em Deus). Lembrando a primeira vinda de Jesus há dois mil e tal anos (a vinda histórica na humildade da nossa natureza humana), o que fora ou tinha sido anunciado já no Antigo Testamento, nós esperamo-l’O de novo na Sua segunda e última vinda, no fim dos tempos (a vinda escatológica no esplendor da Sua Glória Divina), e caminhamos, em ritmo de peregrinação, vivendo atentos, despertos, acordados, vigilantes e activos, e amando a Deus no serviço dos nossos irmãos.

II

Neste dia em que um novo ano litúrgico começa, eu gostaria de apresentar um calendário ou programa pastoral anual; porém, tal não vai acontecer e não é por falta de ideias. É que eu esperava que estivesse já resolvida ou, ao menos, decidida uma questão que, para mim, é relevante e fundamental, a saber a participação dos mais novos na Missa Dominical. No entanto, tal não foi possível e, neste momento, é dessa questão que eu vou ocupar-me, provavelmente pela última vez, nesta paróquia.

Actualmente, cada vez mais se defende uma nova evangelização da nossa sociedade, uma nova evangelização do nosso mundo. E eu pergunto: só do mundo e não da Igreja ou do mundo e também da Igreja? Será que a Igreja não está a precisar, também ela, de nova evangelização? Continuo a perguntar: cristãos evangelizadores mas não evangelizados? Tal será possível? Como poderá ser isso? Temos de reconhecer: antes de mais, conversão e formação/transformação dos cristãos. Uma renovação da Igreja para uma nova evangelização, uma nova evangelização para uma mudança da sociedade e uma mudança da sociedade para um mundo melhor são grandes desafios que se nos colocam, hoje, no presente, neste nosso presente, hoje. Assumi-los é urgente; de outro modo, não mereceremos o passado nem prepararemos o futuro. Também no nosso tempo, a humanidade precisa do fermento do Evangelho para ser massa com qualidade e pão em condições.

III

O meu horizonte pastoral é a Comunidade Cristã e toda a vida da Igreja numa perspectiva de renovação e construção, o que – humanamente falando – depende essencial e fundamentalmente da inclusão e integração dos mais novos. Não pode haver renovação da Igreja sem inovação e esta sem novidade e esta sem os mais novos em idade e estes sem educação cristã. A tão desejada renovação da Igreja é uma questão de idade da parte dos mais novos, de maturidade da parte dos mais velhos e de cultura (mentalidade e sensibilidade) da parte de uns e de outros. Tem de haver mudança de mente e vida e conversão de alma e coração. Com grande sacrifício mas também satisfação, empenhei-me na recuperação e renovação desta igreja de pedra e cal (o templo material). Reconheço que o mais importante ainda está por realizar: a renovação, revitalização e construção da Igreja de pedras vivas (o templo espiritual): nessa é que Deus mais habita e é essa que mais Lhe dá glória. Uma vez mais, insistimos: sem gente nova, a Igreja não se renova. Entre 2001 e 2010, os crismados foram 128. Perguntamos: onde estão? Lamento a sua ausência que não me surpreende. Se, ao longo dos anos de catequese, os mais novos não frequentam a Missa, como podemos esperar que eles o façam depois do Crisma? Abramos os olhos! Estamos à espera de quê? Das consequências de uma vida sem Deus? Como dizia acima, eu esperava ver, ao menos, decidida até ontem/hoje a questão da participação dos mais novos na Missa dominical. Entre o início deste novo ano litúrgico e o começo do novo ano civil (portanto, durante o mês de Dezembro), nós faríamos um trabalho de informação/sensibilização dos pais e famílias (nada seria feito nas suas costas) e, a partir de Janeiro, nós implementaríamos ou aplicaríamos a decisão. Era uma oportunidade histórica com grande alcance para o futuro, uma oportunidade que faria história e ficaria para a história desta paróquia. Nada disso, porém, vai acontecer, o que eu lamento.

Falamos, pois, de renovação da Igreja e esta renovação com vida sacramental e esta com educação cristã e esta com Missa dominical. A vida sacramental (não sacramentalista), ou seja a frequência da celebração da Eucaristia e de outros sacramentos é essencial para uma educação cristã a sério. Trato deste assunto, nesta ocasião porque, de algum modo, eu interpelei, questionei e desafiei toda a Comunidade, aqui, na igreja. Eis algumas categorias de razões, a meu ver, justas para a participação dos mais novos nas Missas dominicais, na nossa paróquia:

1.ª) razões das pessoas dos mesmos (o seu bem e necessidades); 2.ª) razões da educação cristã (a sua natureza e identidade); 3.ª) razões da igreja matriz (a sua apresentação e outras condições actuais); 4.ª) razões das celebrações da eucaristia (horários acessíveis e em ligação directa/imediata com a catequese); 5.ª) razões de um caso delicado que eu chamaria de “um incidente quase acidente” e que passo a relatar.

“Foi no dia 9 de Outubro, um sábado. A catequese, cá, começara ou tinha começado havia 15 dias. Na parte da manhã, eu precisei de trabalhar na paróquia da Fajã do Penedo, o que era raro acontecer ao Sábado mas, dessa vez, teve de ser já que no dia seguinte, 10 de Outubro, se daria a mudança de pároco. Quando voltei a são Jorge, não estacionei na garagem; antes, deixei o carro na entrada da propriedade (passal), na rampa de alguma inclinação, uma vez que ao fim da tarde deveria sair de novo para celebrar na capela da Ribeira funda. Entretanto, primeiro houve Missa aqui, na igreja, e durante a celebração, fomos algo incomodados por crianças que brincavam no adro e até bateram numa das portas laterais. A Missa terminou e eu, como de costume, tratei de avançar para a Ribeira funda. Encontrei aberto o pequeno portão do quintal e, quando cheguei ao meu carro, com preocupação encontrei-o apenas no trinco, não fechado à chave; logo percebi que fora distracção minha, o que era raro acontecer. Abri o carro, constatei que nada tinha sido tirado, roubado mas verifiquei também que a alavanca das velocidades estava em ponto morto e não em primeira (como se costuma dizer, engatada em primeira) como eu a tinha deixado, e ainda que havia bocados de cera de velas espalhados pelo carro.”

Tudo aquilo me fez pensar bastante e me deixou inquieto e até assustado. Imaginai que alguma das crianças (há motivos para pensarmos que eram várias) destravava o carro estando outra ou outras atrás do mesmo. Dada a inclinação, poderia ter acontecido uma tragédia, uma tragédia envolvendo o meu carro enquanto eu celebrava. Se tal acontecesse, eu não teria culpa e certamente não sentiria culpa mas seria uma grande tristeza também para mim. E tudo isso seria evitável se as crianças estivessem onde deviam, o mesmo é dizer onde nós (e não apenas os pais) – insisto – onde nós devíamos fazê-las estar porque vir ou não à Missa não deve ser uma escolha dos mais novos que não podem escolher, que não sabem escolher porque ainda são menores. Compete aos adultos decidir das orientações da educação dos mais novos e, se assim não for, mal vamos nós e pior ficaremos, depois. Eu considero que ajudar a trazer os mais novos à Missa seria fundamentalmente uma questão de Fé em Deus e em Jesus, de amor à Igreja e de consideração e confiança no pároco.

Uma educação cristã sem Missa é fogo de vista ou mero fogacho que enche o olho mas não faz arder nem aquece o coração e não apanha nem potencia a vida. Para mim, é claro: uma educação que se quer cristã, sem a participação na Missa Dominical e demais vida sacramental, não é credível, eficaz, suficiente e, por isso, não satisfaz. Desejo que fique bem claro: eu não acredito na viabilidade duma educação que se queira cristã, sem a participação na Missa Dominical ou celebração da Eucaristia. A Eucaristia é Jesus Cristo presente à Sua maneira e essa presença não pode ser substituída nem compensada por nada do que nós possamos dizer ou fazer. E Ele Mesmo também disse e nos diz: sem Mim, nada podeis fazer.

IV

Sinto-me como um pai que, em dia de Festa e à hora da refeição, observa a família dispersa não vendo muitos dos filhos sentados à mesma mesa para tomar o alimento, por inconsciência, o que é também uma ingratidão, e fico triste. Lá diz a canção: “Padre quer dizer pai”; sua Família é a Igreja; também seus filhos são os cristãos; dia de Festa é o Domingo (o dia do Senhor Ressuscitado); a refeição é a Missa; duas são as mesas: o ambão (para a Palavra de Deus) e o altar (para o Corpo e Sangue do Senhor); e o alimento é a Eucaristia. Preocupa-me especialmente a ausência dos mais novos cuja inconsciência e ingratidão são inimputáveis porque eles não podem escolher ou decidir livre e responsavelmente.

Uma educação cristã é o maior e melhor desafio que se pode lançar aos mais novos. E, para falar desse desafio, recorro também a uma comparação ou metáfora tirada da natureza ou meio natural e do campo ou sector da agricultura: 1.º) Os mais novos (alma, mente, coração, consciência, vontade, liberdade e vida) são o terreno; 2.º) Deus, Jesus Cristo, o Espírito Santo e a Igreja ou Comunidade Cristã (pais, pároco, catequistas e outros) são os semeadores; 3.º) a Palavra Divina e os ensinamentos humanos e de Fé (valores do Evangelho) são a semente; 4.º) a Graça de Deus nos Sacramentos de Cristo e da Igreja é a água que rega a terra e fecunda a semente; 5.ª o amor fraterno dos cristãos adultos e o seu bom exemplo e testemunho de vida cristã são o adubo (nitratos e fosfatos) que dá força à semente, favorece o seu desenvolvimento e assim permite a boa formação do carácter e personalidade. São estes os segredos mais ou menos misteriosos duma verdadeira educação e iniciação cristãs a prepararem para uma integração na Igreja e na vida cristã. As crianças e os mais novos, em geral, são as flores da família, da sociedade e da Igreja; sem eles, bem-educados, não haverá frutos de qualidade nem voltará a haver sementes de esperança.

Qualquer necessidade comporta e constitui mesmo uma exigência necessária e/ou uma obrigação a justificar uma decisão, uma lei, norma ou regra positiva. No tocante à educação cristã, a Paróquia (comunidade eclesial) pode fazer exigências aos mais novos (eles são menores), através dos pais, em casa, e através de outros, na igreja. Aceitamos a exigência fora da Igreja; não devemos aceitá-la e defendê-la também na Igreja? Pensemos, a título de exemplo, no Código de Estrada! Os direitos de uns são deveres de outros. E não vale alguém descartar ou remeter para outros (terceiros) responsabilidades que também são suas (dele) e implicitamente já delegadas em si ou nele próprio.

Hoje, os menores ou mais novos estão na nossa mão (à mão de semear), ao nosso alcance e ao nosso cuidado; amanhã, estaremos nós nas mãos deles ou – passe a expressão – “nas unhas deles”. Não esqueçamos que, se não os educarmos enquanto podemos, mais cedo ou mais tarde, eles nos «ensinarão».

Não sei se sabeis mas os padres, em regra ou regra geral, são pessoas com penas (mágoas) e estas são as minhas penas.

V

O ano litúrgico é repetitivo, sempre igual e uma questão de regulamentação da responsabilidade da autoridade eclesiástica para a Igreja Universal. Mais difícil é preparar e realizar (cumprir e fazer cumprir) um ano ou cada ano pastoral; é que esse depende da disponibilidade, disposição, dedicação, compromisso, consciência, coração e serviço dos cristãos da paróquia, o que me leva a dizer que, entre nós, o novo ano pastoral, será o que for. O novo ano litúrgico poderia ser também um novo ano pastoral (um ano de pastoral renovada). Não o sendo, vamos centrar a nossa atenção no programa já elaborado para a celebração do 250.º aniversário da IMSJ.

Neste momento, quero também informar à Comunidade Cristã que, a partir de Janeiro de 2011, entrarei em férias. Não irei de férias mas entrarei em férias, o que significa que assegurarei os serviços (pastorais) mínimos à Paróquia. Espero aproveitar esse tempo oportuno para rezar, reflectir, comunicar verbalmente (de viva voz e por escrito) e também com o silêncio e fazer um acompanhamento mais directo, pessoal e personalizado, individual e individualizado dos fiéis (irmãs e irmãos cristãos também desta paróquia).



O pároco, Padre Abraão Relva Vieira de Marcos +

(PARM+)